UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Autorizada pelo Decreto Federal n.° 77.496 de 27.04.1976
Reconhecida pela Portaria Ministerial n.° 874/86 de 19.12.1986
Recredenciada pelo Decreto Estadual n.° 9.271 de 14/12/2004
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BIOTÉRIO CENTRAL DE UEFS

 

REGIMENTO INTERNO DO BIOTÉRIO
CENTRAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
FEIRA DE SANTANA, 2012

 

Feira de Santana, 10 de abril de 2012.

 

REGIMENTO INTERNO DO BIOTÉRIO CENTRAL DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, 2012

 

Biotério Central da UEFS, localizado no Campus da UEFS e vinculado ao Departamento de Ciências Biológicas é um laboratório dotado de instalações físicas e recurso humano especializado. São reproduzidos e criados roedores das Raças Wistar e Swiss cujas espécies, respectivamente, Rattus norvegicus e Mus musculus. Desde 1999 busca atender a demanda de animais a serem utilizados como dieta para outros animais, material biológico em aulas práticas e nas práticas experimentais. Os roedores apresentam características/qualidades genéticas e microbiológicas definidas.

A coordenação do Biotério Central da UEFS, no uso de suas atribuições, resolve estabelecer diretrizes voltadas aos procedimentos internos que norteie boas práticas de produção, criação e manipulação das colônias de animais, garantindo a qualidade do ambiente que as colônias de roedores estão inseridas, respaldadas na Lei de nº 11.794 de 08 de outubro de 2008 e conforme determinações norteadas pelo COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal) e pela resolução 592 de 26 de junho de 1992, criada pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária).

Feira de Santana, 10 abril de 2012

Orestes Farias da Paixão
Médico Veterinário CRMV1809
Coordenador do Biotério Central da UEFS

 

DISPOSIÇÕES GERAIS

O presente regimento fundamenta-se nos princípios éticos para o uso de animais de laboratório, preconizados pelo COBEA (Colégio Brasileiro de Experimentação Animal) (1991) e pela resolução 592 de 26 de junho de 1992, criada pelo CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), visando sempre o bem estar e a qualidade dos animais manipulados.

ARTIGO 1º Todas as pessoas que trabalham com animais de laboratório devem ter consciência de que são seres vivos dotado de sensibilidade, que podem ser desencadeadas em angustia e dor;

ARTIGO 2º Os animais reproduzidos e criados devem apresentar qualidade apropriada, boas condições de saúde, reproduzindo-se o número mínimo necessário para atender as demandas previamente solicitadas;

ARTIGO 3º É imperativo que se manipule os roedores de maneira adequada, evitando o desconforto, angústia e dor. Os manipuladores devem considerar que os processos determinantes de dor ou angústia em seres humanos causam o mesmo em outras espécies, a não ser que o contrário tenha se demonstrado;

ARTIGO 4º Todas as práticas, com as colônias de animais do biotério, que podem causar dor ou angústia, precisam ser desenvolvidas com sedação, analgesia ou anestesia adequadas.

ARTIGO 5º Os animais uma vez utilizados em práticas, não serão reutilizados conforme avaliação do Médico Veterinário. Estes serão sacrificados por método indolor e que não cause estresse e devidamente processados e descartados.

ARTIGO 6º O uso dos animais do biotério para fins de dieta, procedimentos didáticos e experimentais pressupõe a disposição dos roedores em condições de vida adequadas às espécies, contribuindo para sua saúde e conforto.

ARTIGO 7º O transporte, a acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais devem ser dispensados por técnico qualificado;

ARTIGO 8º Os profissionais que exercem procedimentos com os animais de laboratório devem ter qualificação e experiência adequadas para desenvolver os procedimentos. É essencial que os técnicos passem por treinamento, com ênfase ao trato e uso humanitário dos animais vivos.

ARTIGO 9º O coordenador, médico veterinário, e a Bióloga do Biotério Central da UEFS devem realizar o controle sanitário das colônias de roedores do setor, semestralmente.

 

DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS

1 – Equipe Técnica do Biotério

São em número de 04 pessoas: 01 (um) Médico Veterinário, 01 (uma) Bióloga, 01 (um) Técnico Administrativo e 07 (sete) Técnicos de Serviços Gerais. Todos os servidores, periodicamente, recebem treinamento e têm experiência com manuseio dos animais.

 

2 - Condições de temperatura e Umidade

As salas são climatizadas com ar condicionado (mantidas entre 20 a 22ºC), iluminação controlada (ciclos 12hs claro/escuro) e umidade monitorada (mantida entre 40-60%), de acordo com os padrões recomendados para roedores (GHIRALDINI, 1995; MERUSSE; LAPICHICK, 1996).

 

3 - Controle de ruído e acesso ao Biotério

A intensidade de ruído nas instalações do Biotério é mínima. Só tem acesso ao setor o pessoal envolvido no cuidado ou que realiza experimentos com os animais. É imprescindível não apenas para a boa qualidade de manutenção dos animais, mas também para a reprodutibilidade e confiabilidade dos resultados experimentais.

 

4 - Espécies e número de animais mantidos no Biotério

Ratos: Espécie Rattus norvegicus (Linhagens Wistar).

Camundongos: Espécie Mus musculus (Linhagens Swiss).

Número aproximado: 700 ratos e 1500 camundongos (Esse número oscila conforme a demanda previamente requisitada).

 

5 - Descrição do microambiente utilizado e suas dimensões

São utilizadas gaiolas de plástico (caixa de polipropileno), providas de cama de maravalha selecionada e autoclavada, e fechadas com grades em INOX. As dimensões da gaiola em comprimento x largura x altura em centímetros: 40 x 33 x 16 (alojam em média de 10 camundongos ou 5 ratos) e 30 x 19 x 12 (alojam em média de 5 camundongos).

As caixas não possuem "cantos vivos" em seu interior, pois os animais tendem a roer saliências para tentar escapar. Elas são retangulares e fechadas por cima permitindo a acomodação da ração peletizada e do frasco mamadeira com bico inox, contendo água.

As gaiolas são seguras, não permitindo a fuga dos animais; permitem com facilidade a observação e sua alimentação; tem ventilação apropriada e a quantidade média de maravalha utilizada por caixa é o equivalente a 60g/gaiola (30 x 19 x 12) e 100g/gaiola (40 x 33 x 16) ; são higiênicas e de fácil limpeza; são confortáveis, permitindo aos animais ampla liberdade em seus movimentos; permitem fácil acesso aos alimentos e água. As gaiolas são dispostas em estante inox, pintura lavável, e alocadas em prateleiras com distância adequada, permitindo o deslocamento para higienização e limpeza da sala.

A distância entre as gaiolas, nas prateleiras, é de aproximadamente 35 cm, pois possibilita o manuseio sem obstáculos e com segurança. A altura máxima da última instante não ultrapassa 1,80 m garantindo segurança na retirada das gaiolas. A disposição das gaiolas permite condições para incidência de luz e exposição à ventilação.

 

6 - Disposições sobre biossegurança e procedimentos especiais para o uso dos animais

A biossegurança é uma área de conhecimento definida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) como: “condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente”.

De acordo com a definição e importantes critérios a respeito do bom andamento, o Biotério Central da UEFS não está apto para o trabalho com animais infectados ou com animais SFP: Animais Isentos de Agentes Patogênicos Específicos.

Das principais normas de biossegurança estabelecidas no Biotério Central, como regra geral, os servidores, a equipe de apoio e os pesquisadores que trabalha com animais, devem ter consciência dos perigos existente, como alguns odores produzidos pelos roedores que são agressivos a seres humanos.

São realizadas rotinas de limpeza e ventilação adequadas, visando amenizar o grau de agressividade nos profissionais que frequentam o ambiente comprometido.

Há um monitoramento cuidadoso da saúde dos animais e dos técnicos a fim de evitar doenças que podem ser transmitidas do homem para os animais e vice-versa, assim como esses profissionais devem saber manipular corretamente as espécies envolvidas, para a segurança e saúde deles próprios, bem como dos animais. E caso haja acometimento com qualquer enfermidade infectocontagiosa são proibidos de ter acesso ao setor.

É obrigatório o uso de EPI (Jaleco de mangas compridas, longo e descartável, calça exclusiva para uso no biotério, máscara, gorro, luva e propé) nas áreas internas (limpa e suja) do biotério, devendo ser retirados antes de se deslocar para a área administrativa.

Todo material preparado para realizar a manutenção de troca dos animais devem ficar em ambiente reservado, livre de circulação e contaminação.

Deve ser introduzida a pratica do banho, antes e após as atividades de troca dos animais.

Antes de iniciar qualquer atividade prática todos os materiais a serem utilizados devem estar devidamente dispostos.

 

7- A rotina de troca dos roedores, acompanhada pela higienização da estrutura física e equipamentos:

Segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira: troca dos animais (gaiola, grade, bebedouro e ração) em todas as salas;

Terça-feira e quinta-feira: preparação de materiais para posteriores trocas (maravalha autoclavada a 120ºc por 30-45’; autoclavação do bebedouro com água em 115 - 120ºc por 35-45’; bico autoclavado em 115 - 120ºc por 35-45’.

É importante considerar que:

  • Após a autoclavação da maravalha é preciso cronometrar 20’ para retirá-lo;
  • Gaiolas, grades e bebedouros são lavados com cloro a 10%. Equipamentos e superfícies internas do Biotério são higienizados com detergente neutro diariamente, após término das atividades de rotina.
  • A ração utilizada na dieta dos roedores, deve ser mantida em embalagem original de fábrica até o momento de dispor para uso, em uma sala climatizada, privada de umidade excessiva e ao abrigo da luz. A data de validade é criteriosamente observada;
  • A cada seis meses deve ser realizada, na área externa do Biotério Central, uma dedetização por empresa especializada sob o monitoramento do coordenador do Biotério Central da UEFS.
  • Para realizar a eutanásia dos animais, deve ser usado 70% de CO2 mais 30% de O2 em recipiente fechado, o que reduz angustia respiratória.
  • Procedimentos que requer animais anestesiados, deve ser ministrado os fármacos, xilazina de 3 a 5 mg/Kg IM e quetamina 25 mg/Kg IM.
  • Deve seguir os processos corretos de liberação de materiais para descarte, como: caixa para perfuro-cortante; saco contendo maravalha; saco contendo vidrarias; saco contendo papel e saco contendo animais. A coleta dos descartes obedecem a programação, previa, estabelecida pela coordenação do Biotério.
  • As carcaças dos animais são previamente embaladas em sacos plásticos, identificados, autoclavados, congelados e em seguida enviados para incineração por uma empresa terceirizada.

7 – Conclusões

O sucesso e o bom andamento das atividades desempenhas no Biotério Central da UEFS, começa a partir da atitude e o comprometimento de cada um dos membros da equipe.

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